Idade Moderna - Máquinas de calcular
"(...) quando aparecer uma controvérsia,
já não haverá necessidade de uma disputa
entre dois filósofos
mais do que a que há entre dois calculistas. Bastará, com
efeito,
tomar a pena na mão,
sentar-se à mesa (ad abacus) e (ao convite de um amigo, se se
deseja), dizer um ao outro:
Calculemos!"
(Leibnitz)
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1612/1617 - John Napier, escocês, usou pela primeira vez o ponto decimal , inventou os logarítmos e algumas "máquinas" de multiplicação. Em 1614, Napier criou o sistema com base na progressão geométrica de potências relativas ao número 1. A cada potência Napier designou um número e chamou-o de logarítmo. O log de 1 era 0 e o log de 10 era 1. Ao se construir uma tábua de logarítmos, para multiplicá-los ou dividi-los bastava somar ou subtrair seus logarítmos. Isto é, o logaritmo de a vezes b é igual ao logaritmo de a mais o logaritmo de b. Dessa forma, a multiplicação e a divisão de números enormes foram reduzidas às simples operações de adição e subtração. EM 1617, Napier inventou uma série de cilindros denominados "Ossos de Napier" (ou Bastões de Napier) que continham uma série de quadrados com números . Ao ajustar alguns quadrados junto a outros, podia-se multiplicar e dividir os números. Henry Briggs, professor de geometria em Oxford produziu uma Tábua de Logarítmos e publicou um livro sobre logarítmos, desenvolvendo tábuas até com 14 decimais. A régua de calcular foi um outro instrumento resultante da invenção dos logarítmos. |
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1621/1633 - William Oughtred, sacerdote inglês, criou um instrumento baseado nos logarítmos de Napier, Círculos de Proporção, precursor da régua de calcular que foi a primeira calculadora usada por engenheiros nos séculos XIX e primeira metade do século XX . Originalmente era circular e tinha a precisão de três dígitos, o que não era muito precisa para os contadores. O instrumento inventado em 1621 tinha duas peças de madeira planas com escalas de números com distâncias proporcionais a seus logarítmos. Uma corria sobre a outra e dependendo da direção, poder-se-ia ter resultados de multiplição ou de divisão. Apesar de não ser muito precisa, prestando-se atenção ao ponto decimal, a régua de calcular permitia aproximações que permitiam respostas adequadas aos problemas de divisão e multiplicação. Em 1850, Amadeu Mannheim, oficial da artilharia francesa adicionou o cursor lateral duplo móvel dando, à regua de calcular, a aparência atual. Régua de Calcular |
1623 - William Schickard, alemão, descreveu uma máquina, o "relógio calculador", que combinava o conceito dos "Bastões" de Napier com um adicionador que permitia ao usuário multiplicar números de muitos dígitos. Tinha dispositivos que permitiam a memorização de resultados dos cálculos intermediários e uma campainha que soava quando os cáculos excediam a capacidade da máquina. A máquina foi destruída em um incêncio e a descrição foi enconctrada em uma carta que Schickard enviara a Kepler. | |
1623-1662 - Blaise Pascal
inventou uma máquina, a "Pascaline", que utiliza
rodas dentadas que permitem realizar a adição e subtração.
Com 10 posições (de 0 a 9), cada vez que uma engrenagem passasse
da posição 9 em direção à posição
0, a engrenagem a esquerda avançava uma posição. Pascal
não foi o primeiro a fabricar essa máquina, mas foi o primeiro
a torná-la pública, com alguns exempalres vendidos.
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1673 - Gottfried Wilhelm Leibniz
(1646-1716), usando uma engrenagem cilindrica dentada concebe
uma máquina capaz de executar as operações de
adição, subtração, multiplicação
e divisão. Apenas um exemplar foi construido.
Leibiniz tem importância fundamental para a História da Computacão. Precursor da Lógica Matemática (procurando livrar a Lógica das possíveis ambigüidades semânticas, aproximando-se de uma Lógica simbólica), buscou a mecanização dos processos de raciocínio. |
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Charles -Xavier Thomas de Colmar (1785-1870), francês, construiu uma máquina de calcular conhecida como aritmômetro, portátil e fácil de usar (1500 máquinas vendidas em 30 anos). | |
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1822 - Charles Babbage sugeriu que se pudesse computar usando uma máquina a vapor e começou a desenhar a "Máquina Diferencial" com propósitos de cálculos de entradas nas tabelas de navegação. Conseguiu verbas do governo britânico para a pesquisa, mas, ao longo de dez anos, percebeu que essa máquina era capaz apenas de uma operação . 1833 - Abandona sua máquina anterior e começa a projetar a "Máquina Analítica" que apresentava os componentes básicos do computador moderno. Ela foi projetada para ler cartões perfurados (que apresentavam as operações a serem executadas) e executar as operações. A máquina realizaria as sequências, mas a decisão dependia ainda do homem. 1842 - Ada Augusta King, filha de Lord Byron, Condessa de Lovelace, traduziu o panfletos de Menabrea sobre a Máquina Analítica. Descreveu-a como "tecendo modelos algébricos do mesmo modo que o tear de Jacquard tecia flores e folhas" (1) e adicionou suas notas o que lhe concedeu a fama de ser a primeira programadora.
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1854 - George Boole descreve o seu sistema de raciocínio lógico e simbólico (base para a programação de computador). | |
1890 - Necessidade de maiores informações no censo
americano exige o processamento de dados cada vez mais complicados.
Herman Hollerith aproveitando
o mesmo princípio para das máquinas mecânicas
de calcular, usou cartões (com furos retangulares) venceu
a competição para a distribuição de equipamentos
de processamento de dados no Censo de 1890, nos EUA.
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Calculadoras analógicas e digitais:
"A régua de calcular media uma propriedade física análoga a um número. Tal instrumento é chamado de calculadora analógica ... O ábaco, por outro lado, contava unidades discretas, ou dígitos, pode ser denominado como uma calculadora digital. A distinção entre calculadoras ("computer") analógicos e digitais é importante. Ambos têm vantagens e desvantagens. (...) A maioria dos "computadores"analógicos , entretanto não podem somar ou subtrair; a regua de calcular é um exemplo. Mas outroas funções matemáticas, tais como multiplicação e divisão de números grandes são melhorrealizadas por instrumentos digitais. " (Shurkin, 1996:31) |
Referências Bibliográficas:
Breton, Phillip. História da Informática.
São Paulo UNESP,1987, 68-70.
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