Há pessoas que sabem cantar ou tocar ‘de ouvido’,
Mas não sabem ler as pautas. Pelo contrário,
a maioria das pessoas que aprende a escrita musical
não consegue de início usá-la de modo a produzir
uma melodia coerente; após terem aprendido a escrita,
terão de aprender a construir uma coerência musical”
Donald Schön
Breve Histórico e Estado da Arte
Histórico
Os estudos do letramento tiveram início nos Estados Unidos,
pouco depois da Segunda Guerra Mundial. Neste país, no Canadá,
assim como em vários países da Europa, como França,
Bélgica e Inglaterra, começou-se a perceber que, embora tidos
como alfabetizados, indivíduos jovens e adultos não conseguiam
lidar satisfatoriamente com as demandas sociais de leitura e escrita do
dia-a-dia. Os dados estatísticos que esses países possuíam
sobre analfabetismo não correspondiam à situação
real de analfabetismo entre a população. Uma pesquisa recente
mostra, na Inglaterra, que 13% de adultos na faixa dos 23 anos de idade
afirmam ter dificuldades para ler e/ou escrever. Na Bélgica,
em 1983, estimou-se o número de analfabetos na casa de cem mil indivíduos
adultos. No Canadá, ainda na década de 1980, o número
de analfabetos foi estimado em 24%, sendo 28% em Quebec. A França,
que sempre teve o sucesso de seu sistema de ensino reconhecido mundialmente,
registrou, na mesma época, o número alarmente de 9% de analfabetos
entre sua população adulta (Stercq, 1993).
No Brasil, os estudos do letramento iniciaram-se mais efetivamente
na segunda metade da década de 1980. A área do conhecimento
pioneira nesses estudos foi a Lingüística Aplicada. Hoje, contudo,
letramento é assunto de debate em diversas outras áreas,
como Educação, Antropologia, História e Sociologia,
para citarmos apenas algumas. Seguindo as tradições Americana
e Européia, pesquisadores no Brasil começam a perceber que,
embora escolarizadas, as pessoas não sabem fazer uso de seu conhecimento
de leitura e escrita para comunicarem-se com sucesso em suas interações
sociais, pessoais e profissionais. Assim, o Brasil entra na discussão
internacional, incluindo, para tanto, um item vocabular novo em seu léxico:
a palavra letramento (ainda não dicionarizada), cunhada, no Brasil,
em 1986 (Kleiman, 1995).
Estado da Arte
Internacionalmente, os primeiros estudos sobre o impacto social
da escrita voltavam-se para a comparação valorativa das modalidades
falada e escrita de uma língua, apontando, na grande maioria das
vezes, para a superioridade cultural dos povos que dominavam o sistema
escrito. Como representativos desse momento há os estudos de Goody
& Watt (1963), Havelock (1963) e Ong (1967). Tais autores conferem
à escrita o enorme poder de promover a evolução social:
desde a economia, a cultura e a visão de mundo de uma sociedade,
até o incremento das habilidades cognitivas de cada sujeito individualmente.
O fim da década de 1970 e o início da década
de 1980 marcaram uma mudança nas tendências dos trabalhos
sobre a escrita. Scribner & Cole (1981) pesquisam uma comunidade que
convive com três escritas diferentes: uma utilizada no ambiente doméstico;
outra utilizada para fins religiosos; e uma terceira utilizada para assuntos
comerciais e governamentais. A conclusão a que esses autores chegaram
foi de que há fatores sociais, além dos psicológicos,
que interferem no desempenho de atividades cognitivas. Surge, então,
a partir desse estudo, uma nova perspectiva de análise nas futuras
pesquisas. Estas buscarão examinar sob o ponto de vista social as
questões que envolvem o ensino/aprendizagem e o uso da língua.
Dentro desse mesmo enfoque temos autores como: Scollon & Scollon (1981),
Heath (1983), Street (1984), tendo esses dois últimos um ponto de
vista antropológico.
No início dos anos de 1990, os estudos do letramento tendem
a se posicionar dentro de um enfoque ideológico (já contemplado
nos escritos de Street, acima citado). Gee (1990), por exemplo, afirma
que “qualquer visão de letramento é essencialmente política
(no sentido de que envolve relações de ordem e poder entre
as pessoas)” (p. 27).
No Brasil, o encaminhamento dos estudos de letramento teve praticamente
a mesma seqüência, sendo que aqueles comparativos da oralidade
e da escrita vieram pelo menos uma década depois. As demais tendências,
no entanto, ocorreram contemporaneamente às discussões no
âmbito internacional.
O mais significativo dos estudos do letramento no Brasil é,
sem dúvidas, o de Paulo Freire, cuja extensa obra é um esforço
constante em fazer com que, ao se alfabetizar, o indivíduo conquiste
também sua cidadania. Outros trabalhos incluem: Kato (1986), Tfouni
(1986, 1995), Kleiman (1995), para citar apenas alguns, e a pesquisa pioneira
sobre letramento no local de trabalho, de Descardeci (1992). Universidades
de todo o Brasil, com predominância nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul, viram intensificados
os interesses de pesquisa na área do letramento a partir do ano
de 1990, sendo vários programas nas áreas de Letras, Lingüística
Aplicada e Educação responsáveis pelo desenvolvimento
dessas pesquisas.
Letramento: questões e definições
Os estudos do letramento preocupam-se com usos e funções
sociais da leitura e da escrita. Com estes, o enfoque da pesquisa em língua
materna deixa de preocupar-se apenas com as questões sobre ensino-aprendizagem
no contexto escolar, e vai para além dos muros da escola, para a
sociedade, onde as pessoas precisam desenvolver os conhecimentos adquiridos
na instituição escolar em seus relacionamentos pessoais.
A partir desse enfoque, começa-se a questionar a formação
do professor alfabetizador e do professor de língua materna enquanto
agentes de letramento na comunidade. Para ensinar sobre práticas
de letramento, estes precisam estar familiarizados com as práticas
prestigiadas de uso da língua, precisam ser letrados.
Que significado tem a palavra letramento? De onde ela surgiu
e qual a sua finalidade? O que há de novo na teoria sobre e na prática
da linguagem que apela para a adição de um termo ao nosso
vocabulário? O que é ser um sujeito letrado?
A palavra letramento surgiu para nomear a busca de se registrar
usos e funções da modalidade escrita em processos sociais
de comunicação. Diferentes comunidades podem ter diferentes
práticas de letramento. O termo difere-se de alfabetização
uma vez que esta refere-se ao processo de ensino e aprendizagem do código
escrito. Os usos feitos da leitura e da escrita são socialmente
determinados, e portanto têm valor e significado específicos
para cada comunidade em específico (Street, op. cit.). Sendo assim,
o domínio do código escrito é algo que se espera em
todas as comunidades nas quais os indivíduos sejam reconhecidos
como alfabetizados, enquanto as práticas de letramento podem variar
de comunidade para comunidade, e até mesmo de grupos sociais para
grupos sociais dentro de uma mesma comunidade. As pessoas podem ser mais
familiares com certas práticas de letramento do que com outras,
dependendo do engajamento delas naquela prática social específica.
Em contrapartida, as pessoas não podem ser mais_ ou menos_
alfabetizadas. Elas sabem, ou não sabem, ler e escrever. Essas noções
não são facilmente aceitas quando temos uma realidade social
na qual há indivíduos que apenas sabem assinar o próprio
nome, outros que são capazes de ler e produzir pequenos textos,
outros ainda que têm o hábito de ler jornal, e outros que
usam o código escrito como ferramenta essencial para suas interações
diárias, seja no trabalho, na igreja, ou em qualquer outro domínio
social.
Soares (2001, pp. 31 e 39) elabora definições bem
claras de alfabetizar, alfabetização e letramento.
Ø Alfabetizar é “ensinar a ler e a escrever, é
tornar o indivíduo capaz de ler e escrever”.
Ø Alfabetização é “a ação
de alfabetizar”.
Ø Letramento é “o estado ou condição que
adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência
de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais”
Afinal, o que é ser alfabetizado e como se define um sujeito letrado?
Deixando de lado os interesses político-ideológicos que subjazem
às definições dessas duas expressões, definirei
alfabetizado como sendo o conhecedor do código escrito. Aquele que
passou pelo processo de aprendizagem da leitura e da escrita é um
indivíduo alfabetizado. Quanto à definição
de ser letrado, refere-se à capacidade do indivíduo de usar
o código escrito para interagir em sua comunidade, quando nesta
existem demandas de letramento. Como foi apontado anteriormente neste texto,
as demandas sociais de letramento podem variar de comunidade para comunidade,
e até dentro de uma mesma comunidade. Elas incluem dentre outras,
a leitura de placas, cartazes e painéis, participação
em abaixo-assinados, lista de compras, elaboração de cartas
e bilhetes, anotação de recados e avisos, etc. Tais demandas
podem advir do local de trabalho, da igreja, do comércio, da prefeitura,
da escola, do centro comunitário, etc. Sendo assim, letrado é
o indivíduo que, ao necessitar, é capaz de fazer uso do código
escrito (e de todas as habilidades cognitivas que a aquisição
da escrita propicia) para responder às demandas de letramento de
seu meio social (de leitura, de escrita e de compreensão/interpretação).
Apresentarei abaixo alguns exemplos de problemas referentes ao
letramento. São pequenos textos advindos de situações
reais de comunicação no ambiente de trabalho. Estes foram,
na maioria das vezes, produzidos por indivíduos altamente escolarizados,
como gerentes, supervisores e executivos, e inscritos em um concurso promovido
por uma revista norte-americana que pedia mensagens reais estranhas do
local de trabalho de seus leitores.
-
“A partir de amanhã, os empregados somente poderão
acessar o prédio usando cartões de segurança individuais.
As fotografias serão tiradas na próxima quarta-feira, e os
empregados receberão seus cartões em duas semanas” (Microsoft,
Redmond,WA)
-
“Precisamos de uma lista de problemas específicos desconhecidos
que iremos encontrar” (Lykes Lines Shipping)
-
“E-mail não deve ser usado para passar informações
ou dados, mas só para negócios da empresa” (gerente de contabilidade,
Electric Boat Company)
-
“Este projeto é tão importante, que não podemos
deixar coisas mais importantes interferirem nele” (gerente de publicidade
e marketing, United Parcel Service)
Perfeitamente corretos no que tange à estrutura gramatical e ortografia,
esses exemplos deixam claramente evidente a necessidade de se trabalhar
o uso da linguagem a um nível acima da alfabetização:
ao nível do
letramento.
Os mitos sobre o letramento
Dado o crescente interesse de pesquisa sobre usos e funções
sociais da modalidade escrita, a definição de letramento
foi estendida para várias áreas do conhecimento, tendo surgido
então expressões tais como letramento acadêmico,
letramento funcional, letramento visual, letramento cultural,
e assim por diante (Descardeci, 1997). Segundo essas noções,
um indivíduo poderia ser letrado em computação,
letrado em cinema, letrado em música, etc. O problema
com essas amplas definições é que, por um lado, perde-se
a essência do significado da palavra; e por outro, abre-se espaço
para usos discriminatórios do termo. De uma definição
de sujeito letrado como sendo aquele que faz uso do código escrito
para interagir socialmente, passa-se a uma definição de sujeito
letrado como aquele que seja “expert” em uma área qualquer do conhecimento,
como se o envolvimento com outras práticas passasse necessariamente
pelo domínio do código escrito. Acredito que todos já
tenhamos conhecido pelo menos uma pessoa que seja “expert” em sua área
de conhecimento, sem contudo ser conhecedora do código escrito.
Tornar-se letrado é um processo que se inicia logo após
a aprendizagem do código escrito, e que não se encerra, desde
que o indivíduo se encontre exposto a demandas de letramento. Tornar-se
letrado é um processo no qual o indivíduo se engaja mais,
ou menos, de acordo com seu papel, seus interesses e suas necessidades
na comunidade em que vive. Contudo, o fato de um indivíduo não
necessitar do código escrito para interagir socialmente não
significa de maneira alguma que ele seja menos inteligente do que aquele
que faz uso da escrita, ou que ele seja incapaz de funcionar satisfatoriamente
em seu meio social. Este é um dos mitos (Descardeci, 2001) sobre
letramento predominantes no senso comum: o de se pensar que aquele
que não faz uso do código escrito para se comunicar seja
incapaz de raciocinar logicamente, de inferir informações
ou de se expressar oralmente.
Outro mito muito comum, que de certa forma decorre do descrito acima,
é o de se pensar que o adulto iletrado deva ser tratado como
criança, porque ele pensa como criança. O exemplo
mais marcante desse mito encontra-se nos livros didáticos para ensino
de adultos. Estes, em sua maioria, reproduzem o modelo e a linguagem daqueles
usados em cursos regulares de alfabetização e pós-alfabetização.
Há que se considerar, contudo, que adultos que retornam à
escola, ou que a procuram pela primeira vez, vêm de uma experiência
de vida completamente diferente daquela das crianças, bem como com
objetivos completamente distintos. O uso que eles fazem da linguagem em
suas vidas também difere daquele das crianças. O modo como
eles representam o mundo também é diferente.
Um terceiro mito sobre o letramento refere-se à crença
de que a modalidade escrita de representação da mensagem
seja superior a outras modalidades. É tendência comum
em sociedades letradas se atribuir maior relevância à escrita
do que a outros modos de representação. Contudo, o código
escrito não pode ser entendido senão em relação
com outros modos de representação da mensagem, tais como
imagens, “layout” e recursos tipográficos (formato das letras).
A escrita é um modo de representação que se combina
com outros na composição da mensagem. Se pensarmos, por exemplo,
em um cartão de Natal, vários modos de representação
atuam conjuntamente para comunicarem a mensagem que este se propõe
a comunicar: o formato do cartão, o conteúdo do texto escrito,
a cor e o formato das letras, as imagens desenhadas, e até mesmo
a cor diferente do envelope (que alguns cartões possuem), todos
esses recursos são modos diferentes de representação
combinados em uma mesma mensagem. Não se pode dizer, por exemplo,
que o código escrito que aparece na mensagem seja mais relevante
do que a ilustração, ou mesmo que a mensagem seria a mesma
se o formato e a cor das letras fosse outro. É nesse sentido que
se argumenta hoje em dia contra o mito da superioridade do modo escrito
sobre outros modos de representação da mensagem impressa.
Há que se ressaltar, contudo, que, como vivemos em sociedades
letradas (umas mais do que outras), o domínio do código escrito
faz-se necessário em vários contextos, isto é, para
funcionarmos satisfatoriamente em variadas práticas sociais. São
cada vez mais comuns as situações nas quais temos que preencher
um formulário, ou mesmo um cupom para participarmos de um sorteio
no supermercado; que temos que ler um folheto explicativo de uma doença
e como preveni-la; e assim por diante. Portanto, é impossível
negarmos que, de uma forma ou de outra, o código escrito perpassa
nossas vidas de alguma maneira. Mas tem se tornado cada vez mais evidente
os processos sociais de interação servem-se de uma combinação
de modos de representação para a composição
dos mais variados textos que passam por nossas mãos no dia-a-dia,
integrando o conteúdo da mensagem.
Conclusão
O ensino sistematizado de Língua Portuguesa, tanto nas escolas
de ensino fundamental e médio, como nos cursos de formação
de professores na área, tem contribuído para a perpetuação
dos mitos sobre o letramento apontados acima, ainda que em menor
escala nos últimos dez anos ou um pouco mais. As teorias da semiótica
social (Kress, 1993; e Kress & van Leeuwen, 1996) e da análise
crítica do discurso (Fairclough, 1992), que apontam para o re-pensar
a composição de um texto em relação a outras
formas de representação disponíveis além da
escrita, são recentes, e poderiam contribuir para as mudanças
necessárias nesse cenário.
Como todo processo, esse novo enfoque nos usos e funções
sociais da escrita, bem como do papel do código escrito na formação
do cidadão, requer tempo para começar a fazer parte das práticas
envolvidas no ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa. Devemos,
contudo, repensar, enquanto educadores, o respeito a outros saberes,
para que não participemos da exclusão social de indivíduos
que, à sua maneira, têm a contribuir para a nossa coletividade,
mesmo à margem do mundo letrado.
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